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Filarioses

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Wuchereria bancrofti

TAXONOMIA

Reino: Animalia

Filo: Nematoda

Classe: Secernentea

Ordem: Spirurida

Família: Onchocercidae

Gênero: Wuchereria

Espécie:

-Wuchereria bancrofti

A Wuchereria bancrofti, ou W. bancrofti, é o parasita responsável pela filariose linfática, popularmente conhecida como elefantíase, que é uma doença mais comum em regiões de clima quente e úmido, principalmente Norte e Nordeste do Brasil.

Esse parasita é transmitido através da picada do mosquito do gênero Culex sp. infectado, que libera larvas infectantes na corrente sanguínea da pessoa que se deslocam até os vasos linfáticos, resultando em resposta inflamatória e nos sintomas característicos da filariose linfática, como inchaço de perna, braço ou outra região do corpo em que o parasita está presente, febre e dor muscular, por exemplo. 

Na presença de sintomas sugestivos de infecção pelo Wuchereria bancrofti, é importante consultar o médico para confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento mais adequado, que normalmente envolve o uso de medicamentos para promover a eliminação do parasita e aliviar os sintomas.

MORFOLOGIA

-Verme adulto

sendo de coloração branco leitoso e corpo delgado. Os machos com tamanho de 3,5 a 4 cm x 0,1 mm, com a extremidade anterior afilada e a posterior ventralmente enrolada, e fêmea com 7 a 10 cm x 0,3 mm, com órgãos genitais duplos, exceto a vagina, localizada próximo à extremidade anterior do corpo.

-Microfilárias

são os embriões desta espécie, que são postas pelas fêmeas. Seu tamanha varia de 250 mm a 300 μm de comprimento. Migram ativamente pela corrente sanguínea e possui uma bainha cutilar lisa, que serve para seu diagnóstico diferencial.

-Larvas

Localizadas no vetor, que é um inseto. A forma L1 é derivada da microfilária e mede cerca de 300 μm, enquanto a L2 é duas ou três vezes maior que a primeira, e por fim, dá origem à L3, que é a forma infectante e mede cerca de 1,5 μm a 2,0 μm.

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BIOLOGIA

Nos vasos e gânglios linfáticos dos humanos é onde fêmeas e machos habitam, sendo a região pélvica a mais afetada, já que as microfilárias saem dos gânglios e chegam a circulação sanguínea. Durante a noite, elas migram para o sangue periférico do hospedeiro humano e durante o dia ficam nos capilares mais profundos.

CICLO BIOLÓGICO

Ciclo heteroxênico. O vetor, fêmea do Culex quinquefasciatus faz o repasto sanguíneo em hospedeiros infectados com microfilárias. No intestino do mosquito estas formas se transformam em larvas L1 ao penetrarem no músculo torácico. Após alguns dias, ocorre a muda para L2, que cresce muito, e passa por outra muda, sendo então transformada na larva infectante L3. Essas formas migram até a probóscide do vetor e não é inoculada no hospedeiro vertebrado, mas sim escapam do lábio quando ocorre um novo repasto sanguíneo e sim adentram a pele pelo local da picada e então chegam até os vasos linfáticos. Após chegarem a maturidade sexual, as fêmeas grávidas produzem as microfilárias que vão para o sistema circulatório.

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TRANSMISSÃO

Os vermes são transmitidos pelas picadas de mosquitos infectados. Três tipos de vermes são conhecidos por causar a doença: Wuchereria bancrofti ,Brugia malayi e Brugia timori, com Wuchereria bancrofti sendo o mais comum. Esses vermes danificam o sistema linfático . 

PRINCIPAIS SINTOMAS

Algumas pessoas podem ser infectadas pela W. bancrofti e não apresentar nenhum sinal e sintoma de infecção, isso porque nessas situações os vermes adultos podem morrer e serem eliminados, sem que haja desenvolvimento dos sintomas.

No entanto, outras pessoas podem apresentar sintomas de infecção, sendo os principais:

  • Febre;

  • Calafrios;

  • Aumento dos gânglios linfáticos, quando o parasita chega à corrente linfática;

  • Inchaço das extremidades, popularmente conhecido como elefantíase, podendo afetar as pernas, principalmente, testículos ou seios;

  • Presença de calcificações e abscessos devido à morte dos parasitas adultos;

  • Aumento da quantidade de eosinófilos no sangue, conhecido como eosinofilia, o que acontece como consequência da presença do parasita no organismo.

Além disso, é possível também que algumas pessoas desenvolvam infecção secundária por bactéria do gênero Streptococcus sp., já que a infecção por W. bancrofti deixa o sistema imunológico mais comprometido. 

DIAGNÓSTICO LABORAL

O diagnóstico da infecção pela Wuchereria bancrofti é feito através de exames laboratoriais, já que o diagnóstico através dos sintomas é, na maioria das vezes, difícil, pois a doença pode ser assintomática ou ter sintomas semelhantes ao de outras doenças.

O diagnóstico laboratorial é feito por meio da pesquisa de microfilárias no sangue periférico, sendo importante que a coleta de sangue seja feita no período noturno, porque é durante a noite que o parasita encontra-se em maior concentração no sangue, permitindo o diagnóstico.

Após a coleta, o sangue é enviado para o laboratório para que seja analisado através da gota espessa, que é uma técnica que permite a visualização e contagem das microfilárias entre as células do sangue. Além disso, podem ser realizadas outras técnicas de diagnóstico, como PCR e exames imunológicos para identificar antígenos ou anticorpos contra o parasita.

FONTES:

https://blogdaparasito.wordpress.com/2018/11/28/filariose/

https://www.tuasaude.com/wuchereria-bancrofti/

https://www.fciencias.com/2018/02/27/elefantiase-filariose/

https://stringfixer.com/pt/Lymphatic_Filariasis

https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_vigilancia_filariose_linfatica.pdf

http://www.coccidia.icb.usp.br/parasite_db/galerias_a.php?id_galeria=FI&nome_gal=Helmintos+-+Fil%C3%A1rias+%28com%29

http://www.coccidia.icb.usp.br/parasite_db/galeria_imgs/high/FI_1_high.jpg

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Mansonella ozzard

TAXONOMIA

Reino: Animalia

Filo: Nematoda

Classe: Secernentea

Ordem: Spirurida

Família: Onchocercidae

Gênero: Mansonella

Espécie: Mansonella ozzardi

Mansonella ozzardi é endêmica na América Central e do Sul e em algumas ilhas do Caribe. Os seres humanos são o principal reservatório da infecção. M. ozzardi é transmitida por picadas de mosquitos (Culicoides) e borrachudos (Simulium amazonicum). O ciclo de vida é semelhante ao do M. perstans, exceto que os vermes adultos residem no sistema linfático e também nas cavidades torácica e peritoneal. As microfilárias estão presentes tanto no sangue como na pele.

A maioria dos indivíduos com infecção por M. ozzardi é assintomática, mas algumas apresentam exantema, linfadenopatia, artralgias, febre, cefaleia ou sintomas pulmonares. A ceratite induzida por microfilaremia do M. ozzardi foi relatada na região amazônica do Brasil.

Confirma-se o diagnóstico de M. ozzardi pela identificação de microfilárias em amostras de sangue ou pele. O sangue pode ser coletado a qualquer momento. Eosinofilia é comum. Testes sorológicos também podem ser úteis na identificação de infecção, mas não são específicos.

O tratamento é com ivermectina (200 mcg/kg por via oral). Antes do tratamento com ivermectina, deve-se avaliar nos pacientes co-infecção por Loa loa, outro parasita filário, se estiveram em regiões da África Central onde ambos os parasitas são transmitidos porque a ivermectina pode causar reações graves em pacientes coinfectados por infecções graves por Loa loa. Wolbachia endossimbióticos estão presentes no M. ozzardi, mas a eficácia da doxiciclina no tratamento não foi avaliada.

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Onchocerca volvulus

TAXONOMIA

Reino: Animalia

Filo: Nematoda

Classe: Secernentea

Ordem: Spirurida

Família: Onchocercidae

Gênero: Onchocerca

Espécie: Onchocerca volvulus

A oncocercose, popularmente conhecida como cegueira dos rios ou doença do garimpeiro, é uma parasitose causada pelo parasita Onchocerca volvulus. Essa doença é transmitida pela picada da mosca do gênero Simulium spp., também conhecida como mosca preta ou mosquito borrachudo, devido a sua semelhança com os mosquitos, que pode ser normalmente encontrado na beira dos rios.

A principal manifestação clínica dessa doença é a presença do parasita nos olhos, causando a perda progressiva da visão, por isso que a oncocercose também é conhecida por cegueira dos rios. No entanto, a oncocercose pode permanecer anos assintomática, o que torna o seu diagnóstico difícil.

É importante que na presença de sinais indicativos de oncocercose, o médico seja consultado, pois assim é possível iniciar o tratamento de forma imediata e prevenir complicações.

Sintomas de oncocercose

O principal sintoma da oncocercose é a perda progressiva da visão devido à presença de microfilárias nos olhos, que se não tratada pode levar à cegueira. Outras manifestações clínicas características da doença são:

  • Oncocercoma, que corresponde à formação de nódulos subcutâneos e móveis que contêm vermes adultos. Esses nódulos podem aparecer na região pélvica, tórax e cabeça, por exemplo, e são indolores enquanto os vermes estão vivos, quando morrem provocam um intenso processo inflamatório, se tornando bastante doloroso;

  • Oncodermatite, também chamada de dermatite oncocercosa, que é caracterizada pela perda da elasticidade da pele, atrofia e formação de pregas que acontece devido à morte das microfilárias que estão presentes no tecido conjuntivo da pele;

  • Lesões oculares, que são lesões irreversíveis causadas pela presença de microfilárias nos olhos que pode resultar em cegueira completa.

Além disso, podem haver lesões linfáticas, em que as microfilárias podem atingir os linfonodos perto das lesões cutâneas e causar danos.

COMO É O DIAGNOSTICO?

O diagnóstico precoce da oncocercose é difícil, já que a doença pode ser assintomática por anos. O diagnóstico é feito por meio dos sintomas apresentados pela pessoa, além de exames solicitados pelo médico que ajudam a confirmar o diagnóstico, como exames oftalmológicos e exames de sangue em que são procuradas microfilárias entre as hemácias. Além disso, o médico pode solicitar a realização de ultrassom, para verificar a formação de nódulos pelo parasita, e exames moleculares, como a PCR para identificar o Onchocerca volvulus.

Além desses exames, o médico pode solicitar a realização de exame histopatológico, em que é feita biópsia de um pequeno fragmento de pele para identificar as microfilárias e excluir a ocorrência de outras doenças, como adenopatias, lipomas e cistos sebáceos, por exemplo.

TARTAMENTO DA ONCOCERCOSE?

O tratamento da oncocercose é feito com o uso do anti-parasitário Ivermectina, que é muito eficiente contra a microfilária, pois é capaz de provocar sua morte sem causar efeitos colaterais muito graves. Apesar de ser muito eficiente contra as microfilárias, a Ivermectina não possui efeito sobre as larvas adultas, sendo necessário retirar cirurgicamente os nódulos contendo as larvas adultas.

COMO PREVENIR?

A melhor forma de prevenir a infecção pelo Onchocerca volvulus é utilizando repelentes e roupas adequadas, principalmente em regiões que o inseto é mais prevalente e em leitos de rios, além de medidas que visem combater o mosquito, como o uso de larvicidas e inseticidas biodegradáveis, por exemplo.

Além disso, é recomendado que os habitantes de regiões endêmicas ou que pessoas que estiveram nessas regiões sejam tratadas com Ivermectina anualmente ou semestralmente como forma de prevenir a oncocercose.

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R. Gen. Gustavo Cordeiro de Faria, S/N - Petrópolis, Natal - RN, 59012-570

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