Enterobius vermicularis

Enterobius vermicularis
TAXONOMIA
Reino: Animalia
Filo: Nemathelminthes (Aschelminthes)
Ordem: Rhabditida
Classe: Nematoda
Família: Oxyuridae
Gênero: Enterobius
Espécie:
-Enterobius vermicularis
Enterobíase é uma infestação intestinal causada por oxiúros Enterobius vermicularis, geralmente em crianças, mas membros adultos de suas famílias e cuidadores, pessoas institucionalizadas e aqueles que têm contato anal-oral durante o sexo com um parceiro infectado também estão em risco. O principal sintoma é a coceira perianal. O diagnóstico é feito por meio da inspeção visual de vermes filiformes na área perianal ou pelo teste do celofane para óvulos. O tratamento é com mebendazol, pamoato de pirantel ou albendazol.
Cerca de um bilhão de pessoas em todo o mundo, de todas as classes socioeconômicas, está infectada. A infestação por oxiuros é a infecção helmíntica mais comum nos Estados Unidos, ocorrendo em cerca de 20 a 42 milhões de pessoas. A maioria dos casos ocorre em crianças em idade escolar e em crianças mais jovens, membros da família ou cuidadores.
MORFOLOGIA
Os ovos do parasita têm de 50 μm x 20 μm, são lisos e transparentes e possuem membrana dupla. Resistem por até 3 semanas em ambiente doméstico e infectam em poucas horas.
Já em sua fase adulta, a fêmea pode chegar até 1cm de comprimento por 0,4 cm de diâmetro, sua cauda é pontiaguda e põe de 5 a 16 mil ovos!
O macho, menor que a fêmea, crescem de 0,3 a 0,5 cm de comprimento por 0,2 mm de diâmetro, e por isso, são mais difíceis de achar no exame parasitológico; possuem espículo e a cauda é notoriamente curvada. Ambos, fêmea e macho, possuem cor branca e corpo filiforme.
Biologia Parasitária
Os seres humanos são hospedeiros e os machos e fêmeas vivem no ceco do ser humano, já as fêmeas com ovos são encontradas na região perianal.
Realizam o ciclo evolutivo monoxênico, isto é, o parasita possui um único hospedeiro definitivo. Seu ciclo de vida se inicia quando seus ovos ou larvas são depositadas em alimentos ou locais de fácil interação com o ser humano. O ciclo é direto e, portanto, não há hospedeiro intermediário.
Ocorre com frequência em crianças, sobretudo em colégios, mas pode afligir adultos.
Mecanismos de Transmissão da enterobíase
O período de transmissão do parasita ocorre apenas enquanto as fêmeas grávidas expulsam ovos na região perianal cutânea. Os ovos tornam-se infectantes em poucas semanas após oviposição.
Dentre os mecanismos de transmissão tem-se:
Heteroinfecção: ou primo-infecção, quando ovos presentes na poeira ou em alimentos interceptam novos hospedeiros.
Indireta: quando os ovos que estavam em alimentos ou na poeira alcançam o mesmo hospedeiro que os eliminou
Autoinfecção externa: quando o indivíduo contaminado leva os ovos da região perianal à boca
Autoinfecção interna: quando as larvas eclodem ainda no reto e migram para o ceco, e se transformam em adultos. (Salvo que esta forma de transmissão acontece raramente)
Retroinfecção: quando as larvas eclodem dos ovos na região perianal, entram no ânus, migram pelo intestino grosso até atingir o ceco e transformam-se em vermes adultos.

Ciclo de vida do Enterobius
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1. Os ovos são depositados nas dobras perianais.
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2. Os ovos podem ser ingeridos quando as pessoas tocam a boca depois de coçar a área perianal (autoinfecção) ou após manusear roupas ou outros objetos contaminados (p. ex., roupas de cama, cortinas ou carpetes); o manuseio de objetos contaminados também pode fazer com que os ovos sejam transportados pelo ar e assim ingeridos.
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3. Depois que os ovos são ingeridos, eles viajam para o intestino delgado, onde eclodem e liberam as larvas.
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4. Os vermes adultos se estabelecem na luz do ceco.
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5. À noite, as fêmeas prenhas migram para fora do ânus e põem ovos à medida que se andam na pele da área perianal.




Cisticerco: É uma vesícula translucida com liquido claro. Já possui escolex e 4 ventosas, colo, rostelo. Fica em uma conformação invaginada, formando uma espécie de vesícula que só se desinvagina no intestino.












SINTOMAS
A maioria dos paciente infectados pelo oxiúrus não apresenta sintomas. Em geral, os sintomas surgem quando o paciente já se reinfectou sucessivamente, a ponto de ter uma grande quantidade de vermes no seu trato intestinal, o que pode ocorrer somente meses depois da contaminação inicial.
Quando o verme provoca sintomas, o mais comum é a coceira anal. Em alguns casos, a coceira é intensa e deixa o paciente inquieto e com dificuldade de dormir. Os vermes adultos podem migrar para locais além do ânus, como a região vaginal. Nas mulheres pode haver vulvovaginite (inflamação da vulva e da vagina), coceira e corrimento vaginal.
Ocasionalmente, em paciente que se auto contaminam repetidamente, a carga de vermes nos intestinos pode ser tão alta, que o paciente passa a sentir os sintomas típicos das parasitoses intestinais, tais como dor abdominal, dor para evacuar, náuseas e vômitos. A obstrução do apêndice pelos vermes é possível, podendo provocar um quadro de apendicite aguda.
Os pacientes que coçam a área anal freneticamente podem provocar escoriações na mucosa, facilitando a infecção das feridas por bactérias.
DIAGNÓSTICO
Como a eliminação do Enterobius vermicularis pelas fezes pode ser errática, ou seja, não apresenta um calendário regular ou previsível, o exame parasitológico de fezes comum não costuma ser positivo para o verme ou seus ovos. Com este exame, somente 10% dos pacientes infectados conseguem ser diagnosticados.
A oxiuríase é mais facilmente diagnosticada através do método de Graham, no qual se usa uma fita adesiva na pele ao redor do ânus para que os ovos localizados nesta região adiram à fita. Estes ovos, então, são colocados sobre uma lâmina de vidro e visualizados sob um microscópio.
Material colhido da unha de crianças infectadas também pode ser útil para avaliação microscópica, pois frequentemente contém ovos de oxiúrus.
TRATAMENTO
O tratamento da oxiuríase é simples e deve ser feito preferencialmente em todas as pessoas que moram na mesma casa.
As opções mais usadas para tratar a oxiuríase são:
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Albendazol, 10 mg/kg em dose única, até o máximo de 400 mg. Repete-se a dose em duas semanas.
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Mebendazol, 100 mg, 2 vezes ao dia*, durante 3 dias consecutivos. Repete-se a dose em duas semanas.
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Pamoato de pirantel, 10 mg/kg, dose única, até o máximo de 1000 mg.
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100 mg em dose única é uma alternativa sugerida por alguns autores.
A taxa de cura com estes esquemas é elevadíssima, acima de 95%. Entretanto, se as pessoas que moram na mesma casa não forem também tratadas, o risco de reinfecção é alto.
Também de forma a prevenir reinfecções, roupas de cama, toalhas, cuecas, calcinhas e pijamas devem ser lavados e trocados diariamente por pelo menos 2 semanas. Brinquedos devem ser lavados a cada 3 dias por pelo menos 3 semanas. As unhas devem ser cortadas bem rente para dificultar a deposição de ovos entre as mesmas durante o ato de coçar o ânus.
Como o verme costuma colocar seus ovos durante a noite, tomar banho e lavar a região perianal de manhã, assim que acordar, ajuda a eliminar esses ovos, diminuindo o risco de surgimento de uma nova geração de vermes dentro de 3 semanas. Também é importante lavar bem as mãos antes de cada refeição e após qualquer evacuação.
REFERÊNCIAS
https://parasitologiaclinica.ufsc.br/index.php/info/conteudo/fotografias/ovos-evermicularis/
https://www.biomedicinapadrao.com.br/2011/11/pequeno-atlas-de-parasitologia.html
https://www.ibb.unesp.br/Home/ensino/departamentos/parasitologia/atlas_parasitologia_humana.pdf
https://www.sanarmed.com/um-resumo-sobre-a-enterobiase-colunistas
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/multimedia/image/ciclo-de-vida-do-enterobius
https://www.mdsaude.com/doencas-infecciosas/parasitoses/oxiurus-enterobius-vermicularis/